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Raphael Gallo explica cuidado ginecológico com escuta, precisão e tempo

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Raphael Gallo explica cuidado ginecológico com escuta, precisão e tempo

Desde a infância, Raphael Gallo compreendeu o que é cuidar. Cresceu entre o Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), cercado pelos avós que o criaram até os quatro anos de idade e despertaram o olhar para o outro. Ainda criança, cuidava dos machucados do irmão mais novo e, mais tarde, acompanhou de perto a fragilidade do avô, que enfrentava as complicações do diabetes. O episódio de sua internação marcou um antes e depois. “Eu vi o quanto faltava atenção, humanidade. Prometi a mim mesmo que nunca trataria um paciente como um número. Medicina é compromisso com o outro”, relembra.

Essa promessa se tornou a base da sua trajetória. Formado pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, com residência em Ginecologia e Obstetrícia pela UNISA, Gallo descobriu sua vocação ao lado de uma professora que unia mastologia e ginecologia. “Eu percebi o quanto as mulheres sofrem e como a saúde feminina ainda é colocada em segundo plano. Quis fazer parte dessa transformação”, explica.

A especialização em cirurgia minimamente invasiva e ginecologia oncológica no Hospital Sírio-Libanês consolidaram seu domínio técnico e a certeza de que o cuidado integral é o que sustenta resultados duradouros.

Cirurgia minimamente invasiva e o nascimento do Instituto Hera

Entre bisturis e laparoscópios, o ginecologista encontrou uma maneira de unir precisão e empatia. A cirurgia minimamente invasiva, realizada por vídeo, com pequenas incisões, tornou-se uma das principais ferramentas de sua prática.

“Em vez de cortes grandes, usamos um pequeno furo no umbigo e outros na linha da calcinha, quase imperceptíveis. O trauma é menor, a recuperação é mais rápida e a dor reduz significativamente”, explica. A técnica, aplicada em casos como miomas, adenomiose e endometriose, permite um pós-operatório mais confortável e uma cicatrização quase invisível, sem comprometer a eficácia do tratamento.

Essa filosofia, que privilegia qualidade e acolhimento, inspirou a criação do Instituto Hera, em São Caetano do Sul (SP). Fundado em parceria com um obstetra, o espaço reflete o desejo de oferecer consultas sem pressa e cirurgias conduzidas com escuta e segurança.

“Cada consulta dura cerca de uma hora. Eu desenho o útero, os ovários, explico as lesões e os hormônios para que a paciente compreenda o que está acontecendo no corpo dela”, conta. Esse cuidado com a comunicação é mais do que um gesto didático: é um símbolo da relação de confiança que ele cultiva com suas pacientes.

No consultório, o tempo é parte do tratamento. A escuta, o olhar atento e a explicação acessível substituem o automatismo dos atendimentos cronometrados. “Quando a paciente entende o motivo de cada decisão, ela se compromete com o próprio tratamento. E é isso que muda o desfecho”, afirma.

Endometriose: a doença silenciosa que exige escuta e continuidade

A endometriose é um dos principais campos de atuação de Raphael e também um dos temas que ele aborda com mais sensibilidade. “A endometriose é uma doença para a vida toda. Cirurgia e medicação são importantes, mas o acompanhamento contínuo é indispensável”, enfatiza.

Segundo o médico, o diagnóstico ainda é tardio porque muitas mulheres têm sintomas minimizados. “Elas ouvem que dor na menstruação é normal, que a relação sexual dolorosa é falta de lubrificação. O problema é que a própria medicina ainda desconsidera muitas queixas femininas”, observa.

Os sintomas vão muito além da cólica intensa. Há dores nas costas que simulam ciatalgia, fadiga, queda de disposição, e até dor ao respirar quando a doença alcança o diafragma. “Não enxergar a endometriose como um problema sistêmico é o que atrasa o tratamento”, afirma.

Gallo defende uma abordagem combinada: terapias hormonais personalizadas, alimentação anti-inflamatória, sono reparador e acompanhamento psicológico. “O principal tratamento está no que a paciente faz no dia a dia. É preciso cuidar do corpo e da mente”, diz.

Entre as opções terapêuticas, ele cita os bloqueios hormonais e os implantes com gestrinona — indicados em casos específicos. “O chamado chip da beleza, quando bem prescrito, tem função médica real. Mas cada paciente é única, e o equilíbrio é essencial”, pontua.

O desafio, segundo ele, é também emocional. “Já atendi mulheres que disseram: ‘doutor, eu quero morrer, mas não quero sentir essa dor’. Só a medicação não resolve. A psicoterapia e o acolhimento ajudam a reconfigurar a relação da paciente com o próprio corpo”, explica. Em suas consultas, o médico costuma citar uma frase que o inspirou: “O cérebro pode modular a dor quando entendemos o que está acontecendo. Informação e acolhimento também curam”, afirma.

FOTO: @agenciaesse

Menopausa e terapias hormonais personalizadas

Ao falar sobre menopausa, o médico propõe uma visão livre de estigmas. “Não é uma fase que passa. É uma nova etapa da vida e, como toda mudança, exige adaptação”, reflete. Segundo ele, cada paciente tem um conjunto de sintomas e necessidades que devem guiar o tratamento. “Reposição hormonal não é receita de bolo. Há vias orais, géis, implantes, tudo depende da história clínica, dos exames e das expectativas da mulher”, explica.

Além das terapias hormonais, há opções não hormonais que auxiliam no controle dos sintomas e preservam a qualidade de vida. “O importante é que a paciente entenda que envelhecer não precisa significar perder vitalidade. Cuidar de si é uma forma de respeito próprio”, acrescenta.

Para Gallo, esse cuidado é também emocional: a queda hormonal pode afetar o humor e até desencadear quadros depressivos. “Muitas mulheres procuram o psiquiatra quando o problema é ginecológico. Falta hormônio, não atenção. Corrigir isso é devolver a vida à rotina”, diz.

Saúde íntima e autoestima: cirurgias com propósito

Com naturalidade e delicadeza, o ginecologista aborda um dos temas mais cercados de tabus: a saúde íntima feminina. Ele realiza procedimentos como colpoplastia, perineoplastia e ninfoplastia, mas explica que, antes de qualquer decisão, vem a conversa. “A mulher raramente chega dizendo que tem incontinência urinária. Ela guarda isso como segredo, por vergonha. Às vezes, só fala na terceira consulta, quando se sente segura”, conta.

Esses procedimentos têm impacto direto na vida cotidiana: melhoram o conforto físico, a autoconfiança e a liberdade sexual. “Já ouvi pacientes dizerem: ‘doutor, voltei a usar biquíni’. Isso mostra o quanto o corpo interfere na forma como a mulher se vê”, compartilha.

Além das cirurgias reparadoras, Gallo utiliza tecnologias para restaurar colágeno e tônus na região íntima, como o microagulhamento fracionado (Frax) e o preenchimento com ácido hialurônico em casos de flacidez ou perda de volume dos grandes lábios. “Esses tratamentos devolvem firmeza e conforto, mas o principal resultado é o resgate da autoestima. O cuidado começa no acolhimento, não no procedimento”, destaca.

Prevenção e rotina ginecológica

Para o ginecologista, prevenção é a forma mais direta de amor-próprio. Ele reforça a importância do check-up anual e do rastreamento moderno do HPV. “O Papanicolau continua essencial, mas hoje também usamos o PCR DNA-HPV, que identifica o vírus antes que ele cause lesões. Se der positivo, a paciente é acompanhada de perto, mas se negativo, o intervalo entre exames pode ser maior”, explica.

Além disso, ele recomenda o ultrassom transvaginal, o ultrassom de mamas e a mamografia conforme a idade e os antecedentes familiares. “Cuidar da saúde íntima é um gesto de autonomia. A prevenção é o primeiro passo para viver bem”, reforça.

Humanização como prática diária

Mais do que cirurgias e diagnósticos, o que define Raphael Gallo é o tempo que ele dedica a cada história. No Instituto Hera não há pressa e o atendimento é construído na escuta. “Quando a paciente percebe que não precisa esconder a dor, tudo muda. Medicina é diálogo, não monólogo”, afirma.

Esse olhar o acompanha também nos planos futuros, que incluem o aprimoramento em cirurgia robótica — um avanço que promete maior precisão e recuperação ainda mais rápida. “A tecnologia é fascinante, mas o que faz diferença é a forma como usamos. A técnica deve servir à pessoa, não o contrário”, resume.

No fim, o médico volta ao que o move desde o início: o compromisso humano. “A mulher não precisa sofrer em silêncio. Ela não está sozinha. Há profissionais para entender o que acontece e cuidar com seriedade, clareza e respeito. Ouvir é parte do tratamento, e decidir junto é o caminho para recuperar a qualidade de vida.”

CRM: 205528/SP | RQE Nº: 121898

Instagram: @dr_raphaelgallo

FOTO: @agenciaesse

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