Para Naomi Watts, atriz duas vezes indicada ao Oscar, “Tudo é justo”, que estreou no Disney+ semana passada, é uma série de extremos. De um lado, está a crítica especializada, que detonou sem dó o novo drama de Ryan Murphy sobre um grupo de advogadas que abre uma firma voltada para casos de divórcio. Do outro, a audiência: a produção teve a maior estreia global do selo Hulu nos últimos três anos.
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— É muito raro quando a crítica e o público estão em sintonia. Isso simplesmente não acontece. E, nesse caso, os dois lados foram extremos. Recebemos críticas bastante negativas e, ao mesmo tempo, um amor enorme do público. Seria ótimo ter uma resposta muito positiva de ambos, mas isso é algo incomum — disse a atriz ao GLOBO ao lado da colega de elenco Sarah Paulson.
Parte da bronca tem nome, sobrenome e 354 milhões de seguidores só no Instagram: Kim Kardashian. Agora formada em Direito, a empresária é uma das protagonistas da série mesmo tendo atuado uma única vez, na 12ª temporada de “American horror story”, em 2022, também uma produção de Murphy.
Se lhe falta experiência, sobra influência. Na noite de segunda-feira, no Teatro Copacabana Palace, onde a série foi lançada, Kim era a atriz mais paparicada pelos fãs. Ela, Naomi, Sarah e Niecy Nash vieram à cidade (todas juntas a bordo de um jatinho particular vindo de Los Angeles) como parte da turnê de divulgação do programa e passaram pouco mais de 24 horas no país. Só saíram do hotel depois do evento, à noite, para conhecer o Cristo Redentor. A visita ao monumento foi acompanhada pela onipresente equipe de filmagem do reality show “The Kardashians”, também do Disney+, que registrava todos os movimentos no tapete vermelho. Por isso, os convidados precisaram assinar um termo de autorização de imagem, caso apareçam, ainda que de relance, na próxima temporada. Também não podiam tirar foto de Kim de costas, segundo orientação do segurança dela.
‘Experiência única’
As câmeras do programa das Kardashian não só estão atrás das atrizes pelas viagens promocionais, como também estiveram na cola delas nos bastidores de “Tudo é justo”. Sarah Paulson, que interpreta a advogada da firma concorrente, uma espécie de vilã da história, garantiu não ter se incomodado.
‘Não é o que os críticos acham’
— Não achei particularmente invasivo. Foi até meio fofo, sabe? Eu assistia a “Keeping up with the Kardashians” (o primeiro reality da família, no ar no canal E! entre 2007 e 2021) lá no começo, quando estreou. Foi uma experiência única filmar uma série e, ao mesmo tempo, participar de um reality show. As câmeras captaram, por exemplo, uma noite nossa muito divertida. Foram muitos martínis, felizmente ou infelizmente.
Não deixa de ser uma novidade no currículo de Sarah, vencedora do Emmy de melhor atriz de minissérie por “American crime story”, em 2016, e indicada outras oito vezes — sempre por produções escritas por Ryan Murphy. O nome dela, aliás, tem sido cotado para o papel da serial killer americana Aileen Wuornos na quarta temporada da antologia “Monstros”, trabalho do atarefado roteirista com a Netflix.
—Devo tudo ao Ryan, profissionalmente falando — disse Sarah, que trabalhou com ele pela primeira vez em “Nip/Tuck”, em 2004. — Eu me importo mais com a nossa amizade como pessoas, com a nossa conexão humana. A relação profissional já me deu mais do que eu poderia imaginar.
Por essas e outras, ela não parece mesmo muito preocupada com as críticas.
— Somos, claro, artistas e é natural preferir que as pessoas celebrem o que estamos fazendo. Mas já fiz trabalhos dos quais me orgulho muito e não foram tão elogiados. Já tive outros que significaram menos para mim e foram muito exaltados. Às vezes, é difícil entender a lógica disso.
