Carlos Roberto/PT
Reunião do Diretório Nacional do PT realizada no sábado (6) na sede nacional do partido, em Brasília
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido em Brasília no último sábado (6), aprovou a resolução política que define a reeleição do presidente Lula como eixo central da tática para 2026 e convoca o 8º Congresso Nacional para abril, quando partido vai discutir programa de governo, conjuntura eleitoral, programa partidário e atualização estatutária. A resolução estabelece o combate à extrema-direita, o fim da escala 6×1 sem redução de salário e a segurança pública cidadã como pilares indispensáveis para aprofundar a transformação social, respondendo aos desafios do cenário nacional e mundial.
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Em sua introdução, a resolução resgata os avanços conquistados nesses três anos do Lula 3 que melhoraram a vida do povo brasileiro, como a retirada do Brasil do Mapa da Fome, pela segunda vez, a redução da pobreza e desigualdade ao menor nível em 30 anos, segundo o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada]; pleno emprego e taxa de desemprego baixíssima; e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, com descontos para rendas médias. Todos esses são passos fundamentais para a redução das desigualdades e da valorização do trabalho que recolocam o país no rumo do desenvolvimento e da justiça social.
O documento destaca também a política externa soberana exercida pelo governo Lula que garantiu vitórias importantes na guerra tarifária com o governo Trump, que demonstrou a firmeza do Brasil em não se submeter a pressões externas, além fortalecimento da presença brasileira nos debates ambientais e globais. E cita como outra importante vitória o início do cumprimento de pena do ex-presidente Bolsonaro e de militares golpistas com a consolidação na sociedade brasileira de que não haverá anistia para quem ameaçou a democracia e violou a Constituição.
O Diretório Nacional do PT reforça também no texto a exigência de que o partido, diante do avanço da extrema-direita, adote uma forte estratégia que abranja a conjuntura nacional e internacional, programa partidário, tática hegemônica, um programa eleitoral e a busca do seu fortalecimento diretamente nos territórios.
“O Brasil entra agora no período pré-eleitoral de 2026 em meio a uma conjuntura marcada por transformações profundas no cenário internacional e nacional. O avanço global da extrema direita, a crise da ordem política e econômica mundial e as tensões geopolíticas estruturais produzem impactos diretos na política brasileira e exigem do Partido dos Trabalhadores uma estratégia clara que articule análise de conjuntura, programa partidário, tática política para construção de maioria na sociedade, programa eleitoral e fortalecimento orgânico do PT nos territórios”, diz o documento.
O documento aprovado pelo DN deixa clara a necessidade de o PT atualizar a sua estratégia diante da crise mundial do capitalismo. “A construção do Programa Partidário, as diretrizes do programa de governo para 26, articulada ao processo do 8º Congresso Nacional, deve expressar a atualização estratégica do PT diante da crise estrutural do capitalismo global, da regressão civilizatória promovida pela extrema direita e da falência da atual governança financeira internacional. Nosso programa precisa articular o papel do Estado como indutor do desenvolvimento, a transição energética justa como motor de reindustrialização, e do desenvolvimento tecnológico, a defesa de uma nova arquitetura econômica mundial democrática e multipolar, e o enfrentamento ao rentismo, que concentra a renda e limita o crescimento”, diz trecho da resolução.
Para o presidente nacional do PT, Edinho Silva, o partido chega ao 8º Congresso Nacional em um momento bastante decisivo. “É necessário a gente fazer um Congresso para que atualizemos o nosso programa, para que possamos inserir nele os grandes temas impostos pela realidade, desse momento da disputa colocada nessa quadra histórica do século 21, que a gente valorize nosso legado, o legado que nos trouxe até aqui porque ele é forte, é robusto, pois nós somos o único partido na história brasileira que ganhou por cinco vezes as eleições presidenciais. Mas é verdade também que nós temos que debater aquilo que aflige a sociedade brasileira, aquilo que sinaliza a disputa de rumos. Nós temos que voltar a dar peso para as nossas bandeiras que sempre foram fundamentais e que nesse momento se tornam mais importantes ainda do que quando nós as construimos em décadas passadas, como, por exemplo, o Orçamento Participativo, o debate sobre a democracia e a sua importância no cotidiano da classe trabalhadora”.
No ponto da tática eleitoral, o Diretório Nacional coloca como eixo central a reeleição do presidente Lula como “condição indispensável para enfrentar a extrema direita, preservar a democracia, consolidar direitos e avançar em reformas estruturais”, mas também define como prioridade a “ampliação da bancada de senadores e senadoras, de deputadas e deputados estaduais e federais, a disputa pelos governos estaduais e a construção de uma maioria social e política capaz de sustentar um novo ciclo histórico”.
E complementa: “O Programa Eleitoral de 2026 deve dialogar com as demandas concretas do povo brasileiro: renda, custo da cesta básica, moradia, emprego, primeira infância, formação técnica, ensino integral, tarifa zero, fim da escala 6×1 e pela redução jornada de trabalho, saneamento, cultura, paz, mobilidade e bem-estar das famílias”.
No texto, o Partido dos Trabalhadores registra também na resolução o seu posicionamento em questões fundamentais como soberania digital, meio ambiente, a política de segurança pública comprometida com a vida, baseada na inteligência, tecnologia, investigação, participação social e justiça e reforça a mobilização popular para o 8 de janeiro, data que se tornou um “marco histórico da vitória da democracia brasileira sobre o golpismo”.
Da Redação
