O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a decisão da agora ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) de renunciar ao mandato parlamentar neste domingo (14) faz parte de uma estratégia para sair da prisão na Itália e evitar uma extradição ao Brasil.
Na última sexta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) cancelou a votação na Câmara dos Deputados que manteve o mandato de Zambelli e determinou que o suplente, deputado Adilson Barroso (PL/SP) tomasse posse em até 48 horas.
Segundo Sóstenes, ao abrir mão do mandato, Zambelli ganha um status diferente na Justiça italiana do que se tivesse a cassação efetivada e reforça a tese de que Moraes atropelou a Câmara dos Deputados que votou pela manutenção de Zambelli entre seus quadros.
“A renúncia da deputada Carla Zambelli nesse dia 14 de dezembro de 2025 tem o objetivo de reforçar sua defesa lá na Itália, pela sua não extradição ao Brasil, bem como pela sua imediata soltura. É bem diferente uma parlamentar que renuncia do que uma parlamentar que é cassada. Por mais que seja implacável a cassação por parte do ministro Alexandre de Moraes, que inclusive desrespeitou a decisão soberana do plenário da Câmara dos Deputados, estrategicamente, neste momento, foi a melhor decisão”, afirmou Sóstenes.
Ao Valor, o parlamentar negou que a renúncia de Zambelli tenha sido alinhada com Hugo Motta e que a decisão não busca esfriar a temperatura com o Supremo.
“Jamais. Nós não vamos abaixar a cabeça para os abusos e perseguições de alguns ministros”, disse o deputado.
A deputada está presa na Itália aguardando o desfecho de um processo de extradição.
Ela foi condenada pelo Supremo a dez anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Moraes já havia determinado a cassação da parlamentar, mas na última quinta-feira (11), o placar na Câmara foi de 227 a 179 pela cassação, faltando 30 votos para efetivar a perda do mandato.
14/12/2025 18:45:32
