Originária da América Central, a taioba — também chamada de macabo, mangará, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taiova, taiá ou yautia — já foi presença constante na alimentação indígena e nas cozinhas rurais brasileiras. Em São Paulo, seu nome mais comum é realmente taioba, mas em outras regiões ela recebe diferentes denominações e possui variedades com características próprias.
Durante muito tempo, a planta foi amplamente utilizada na culinária nacional, especialmente em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Bahia. Rica em nutrientes, resistente e fácil de cultivar, a taioba perdeu espaço com a industrialização da alimentação e a urbanização do país, tornando-se quase esquecida. Hoje, volta a ganhar destaque entre chefs e nutricionistas por ser versátil, saborosa e saudável.
A taioba é uma planta de folhas amplas e verdes, pertencente ao mesmo grupo botânico do inhame e do taro. Em geral, suas folhas e talos são usados para alimentação, enquanto o rizoma pode ser utilizado em algumas variedades.
Ela cresce bem em climas tropicais e subtropicais, exigindo bastante umidade e calor — exatamente por isso se adaptou tão bem ao Brasil. É rica em ferro, cálcio, vitaminas A, B e C, além de ser fonte de fibras e antioxidantes e ótima para o emagrecimento.
Como plantar
Escolha do solo e preparo adequado
A taioba se desenvolve melhor em solos úmidos, férteis e bem drenados. Por ser uma planta ligada a ambientes tropicais, ela aprecia terrenos ricos em matéria orgânica. Antes de plantar, vale a pena misturar ao solo composto, húmus de minhoca ou esterco curtido, garantindo nutrientes que favorecem folhas maiores e mais verdes.
Forma de plantio: mudas ou rizomas
O cultivo pode ser feito tanto por mudas já formadas quanto pela divisão do rizoma, que é a raiz engrossada da planta. No caso do rizoma, basta cortar uma porção saudável e enterrá-la de forma superficial. Se optar por mudas, é só posicioná-las no canteiro ou vaso e cobrir a base com terra fofa, sem compactar demais.
Luz ideal para o desenvolvimento
A taioba cresce muito bem em meia-sombra, especialmente sob árvores ou em áreas que recebem sol filtrado. Contudo, também pode ser cultivada em sol pleno, desde que receba irrigação adequada. Lugares muito secos ou com calor extremo podem prejudicar o tamanho e a textura das folhas.
Rega e manutenção da umidade
Uma das necessidades mais importantes da taioba é a água. O solo deve permanecer constantemente úmido, mas não encharcado. Isso significa regas frequentes, principalmente nos períodos mais quentes do ano. A umidade regular garante folhas mais tenras e evita que a planta entre em estresse hídrico.
Colheita e estímulo ao crescimento
A colheita pode começar quando as folhas estiverem grandes, firmes e brilhantes. Recomenda-se retirar sempre as folhas mais velhas e externas, pois isso estimula novas brotações e mantém o ciclo de produção contínuo. Quando bem cuidada, a taioba pode fornecer folhas por muitos meses.
Como cozinhar
A taioba possui sabor suave, lembrando espinafre, e pode ser preparada de várias maneiras:
- Refogada com alho e azeite (a forma mais tradicional).
- Em sopas e caldos, cortada em tiras.
- No arroz, dando sabor e cor ao prato.
- Em omeletes ou tortas salgadas.
- Em bolinhos, misturada a farinha ou batata.
O segredo é sempre cozinhar bem as folhas, nunca consumi-las cruas.
Atenção: algumas variantes da taioba são venenosas
É fundamental distinguir a taioba-comestível (Xanthosoma sagittifolium) da taioba-brava, que é tóxica e não deve ser ingerida.
As diferenças principais incluem:
- A comestível tem nervuras claras e bem destacadas, formando um “Y” evidente.
- A variedade brava geralmente tem nervuras mais escuras e folhas rígidas.
- A comestível costuma ter textura mais macia e talos mais suculentos.
Se houver dúvida, nunca consuma a planta. Sempre compre de produtores confiáveis ou cultive a partir de mudas conhecidas.
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