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Robôs humanoides: nas mãos humanas ou sob a direção de algoritmos?

by admin

As transformações tecnológicas estão alcançando proporções transcendentais e impactando cada vez mais as pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus.

Dom Oriolo – Bispo da Igreja Particular de Leopoldina MG

Quando se fala em robôs, é comum que a primeira coisa que venha à mente seja ficção científica. No entanto, em um determinado momento, essas máquinas começaram a demonstrar sua capacidade de auxiliar os seres humanos em vez de simplesmente substituí-los. Devemos entendê-los como máquinas projetadas para desempenhar atividades que complementam o trabalho humano. Nas indústrias, por exemplo, os robôs são amplamente utilizados em tarefas como soldagem, pintura de peças e controle de qualidade de produtos.

A presença dos robôs também é perceptível no ambiente doméstico, manifestando-se em aparelhos como aspiradores de pó e cortadores de grama, além de serem essenciais na assistência a idosos e a pessoas com necessidades especiais. Eles são corpos físicos que trabalham em favor da vida das pessoas, tornando-a mais fácil. Essa é uma grande evolução e descoberta, pois permite uma interação eficiente e com expertise entre humanos e máquinas.

As transformações tecnológicas estão alcançando proporções transcendentais e impactando cada vez mais as pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus. Até o momento, podemos observar como os robôs imitam o comportamento humano, executam trabalhos repetitivos e ajudam a enfrentar enormes desafios, conduzindo as pessoas a novos patamares.

À medida que a tecnologia evolui, estão entrando em cena os robôs humanoides. Eles tendem a se tornar mais complexos e capazes de desempenhar tarefas que antes eram exclusivas dos humanos. Eles estão revolucionando o modo como trabalhamos e vivemos. Esses robôs, além de representarem um enorme avanço da tecnologia, estão se tornando uma ferramenta poderosa para auxiliar as pessoas no futuro.

Nesse tempo de inteligência artificial generativa, os humanoides estão começando a aparecer nos corredores das empresas, e, em breve, nas ruas. Eles se assemelham aos seres humanos, deixando de ser apenas ficção científica para se tornarem cada vez mais integrados à vida das pessoas. Recentemente, a fabricante chinesa Ubtech realizou a primeira entrega em massa de um robô humanoide voltado para trabalho contínuo, sinalizando uma nova fase na automação industrial.

No entanto, com o processo de aceleração que vem melhorando as habilidades manuais dos robôs e a maneira como interagem com o mundo ao redor, os robôs humanoides estão adquirindo a capacidade de processar e gerar linguagem natural para se comunicarem efetivamente com os humanos. Quando um robô humanoide anda, fala, reconhece um rosto ou pega um objeto ele está executando uma complexa cadeia de comandos e cálculos definidos por algoritmos. É essa base algorítmica que permite que ele simule o comportamento humano e realize tarefas.

O maior risco na convivência com robôs humanoides está na ética algorítmica, pois ela pode comprometer a autonomia dos humanos e dos robôs. Pelo lado humano, o livre arbítrio suscita o dilema do mau uso, onde a capacidade criativa pode ser deturpada para induzir o robô a realizar ações antiéticas ou criminosas, ignorando a ausência de sentimentos morais no humanoide. Pelo lado do robô, o desafio ético concentra-se na sua programação: questiona-se a eficácia e a imutabilidade dos seus algoritmos de segurança contra comandos deletérios e de autonomia que lhe permitem resistir a ordens moralmente reprováveis, ultrapassando sua condição instrumental para adquirir a capacidade de discernir entre o bem e o mal.

Assim sendo, de maneira tímida, os robôs humanoides estão adentrando em ambientes humanos para interagir e formar uma equipe com os humanos, promovendo uma colaboração direta. Estamos caminhando para uma falsa percepção de confiabilidade e empatia. Isso poderia influenciar as decisões e emoções das pessoas, como já está acontecendo. Esses relacionamentos são ilusórios e podem levar a uma série de questões éticas e sociais. Podemos dizer que o avanço dos robôs humanoides, que em breve permearão nossos ambientes de convívio e trabalho, inaugura um capítulo de extraordinária colaboração, mas também de profundas incertezas éticas. O maior desafio que se anuncia não é técnico, mas sim de ordem psicossocial e moral.

Os robôs humanoides se tornam mais integrados em nossas vidas, tentando se relacionar conosco e agindo primariamente por meio de complexos processos algorítmicos. Assim, o risco de sérios problemas aumenta exponencialmente. O cerne da questão reside na falsa percepção de confiabilidade e empatia que essa interação pode gerar. Um robô pode ser programado para simular cuidado e atenção, mas suas concepções são friamente processadas pela Inteligência Artificial, sem consciência ou experiência subjetiva humana.

Para que a colaboração entre humanos e robôs humanoides seja verdadeiramente benéfica e segura, é imperativo que o foco mude da mera capacidade técnica para a regulação ética. Devemos garantir que o controle final sobre as decisões críticas permaneça firmemente nas mãos humanas, impedindo que a sociedade delegue sua bússola moral à frieza dos códigos. Somente assim poderemos colher os frutos da evolução robótica sem cair no perigo de uma confiança cega nos robôs humanoides.

Os robôs humanoides só serão verdadeiros aliados se permanecerem como instrumentos a serviço da vida, e não como substitutos de nossa consciência e responsabilidade moral. Cabe a nós, humanos, garantir que a ética, a empatia e o discernimento continuem acima dos algoritmos, para que a tecnologia nunca tome o lugar do coração.

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