O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), virou um dos principais assuntos da festa de aniversário do ministro da Previdência do governo Lula, Wolney Queiroz (PDT), na noite da quarta-feira (9/12) em Brasília.
A comemoração aconteceu na mansão do deputado federal Mário Heringer (PDT-MG), no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, e reuniu integrantes do governo Lula e parlamentares da esquerda e do Centrão.
Motta foi convidado para a festa, mas não compareceu. Enquanto o evento acontecia, ele comandava no plenário a votação do “PL da Dosimetria”, que reduz as penas de Jair Bolsonaro e outros condenados pela trama golpista.
Ausente, Motta virou um dos principais temas nas rodas de conversa. Segundo relatos, o presidente da Câmara foi alvo de diversas críticas pela postura adotada não só na terça-feira, como nas últimas semanas.
Horas antes da festa, Motta havia mandado tirar o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) à força da cadeira da presidência no plenário. Jornalistas foram retirados do local, e o sinal da TV Câmara foi cortado.
Antes disso, integrantes do Palácio do Planalto já tinham reclamado da decisão do presidente da Câmara de votar o PL da Dosimetria na terça-feira, sem avisar o governo previamente.
Lira exaltado
Enquanto Motta era criticado, seu antecessor no comando da Casa, Arthur Lira (PP-AL), foi exaltado por alguns dos convidados da comemoração do ministro da Previdência do governo Lula.
Segundo relatos feitos à coluna, Lira foi abordado por parlamentares e integrantes do governo com pedidos para que intervisse na atuação de Motta. Deputados diziam ainda em alto e bom som que Lira “fazia falta”.
O ex-presidente da Câmara, por sua vez, ouviu os apelos calado, evitando esboçar reações. De acordo com aliados de Lira, o deputado alagoano se afastou de Hugo Motta nas últimas semanas.
Lira já tinha sido exaltado no Planalto
Há duas semanas, Lira já tinha sido exaltado por ministros e aliados do governo Lula nos bastidores da cerimônia de sanção do projeto que aumentou a faixa de isenção do imposto de renda (IR), no Planalto.
Segundo relatos, durante conversa em uma sala de espera antes do início da cerimônia, um ministro de Lula chegou a brincar com Lira, dizendo que o deputado alagoano “fazia falta” no comando da Câmara.




