O servidor público Gilberto Pereira Martins é filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) desde 2017, conforme publicou o site Diário do Poder. Ele é um dos protagonistas de uma ação penal que revela um episódio de instrumentalização do aparelho estatal para fins políticos no Maranhão.
Gilberto e outros dois servidores da Secretaria de Infraestrutura do Maranhão (Sinfra) foram denunciados por inserção de dados falsos em sistema de informações, crime previsto no artigo 313-A do Código Penal, usado para envolver Marcus Barbosa Brandão, irmão do governador Carlos Brandão (PSB), em documentos fraudulentos apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilberto Martins prestou serviços nas campanhas eleitorais do ex-governador Flávio Dino, hoje ministro do STF, em 2010 e 2014, recebendo pouco mais de R$ 3 mil em pagamentos formalmente declarados.

Imagens públicas mostram ainda Gilberto e outro réu, Webston Carlos Inojosa Neves, participando de eventos e manifestações do PCdoB, integrando o grupo político de Dino.


A fraude, segundo a investigação, envolveu a criação de perfil falso no sistema da Sinfra em 15 de outubro de 2024, com inclusão do nome do irmão do governador em documentos adulterados. A advogada mineira Ana Clara Alcântara Botelho Machado usou esse material para anexar como prova para incriminar o governo Brandão à ADI 7780, sob relatoria de Flávio Dino, com o intuito de suspender indicações de vagas no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA).
O caso segue travado no STF há mais de um ano apesar das manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU), que reconhecem que a ação perdeu objeto e validam o processo de recomposição das vagas no TCE-MA.
O caso chegou à Polícia Federal por ordem de Dino e permanece em caráter sigiloso.
