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Sob Lula e sem Bolsonaro, liberdade de imprensa no Brasil salta 19 posições em ranking mundial

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A liberdade de imprensa no Brasil registrou um avanço significativo desde a saída de Jair Bolsonaro do poder e a chegada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ranking anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o país subiu 19 posições em relação ao ano anterior, passando do 82º para o 63º lugar entre 180 nações avaliadas. Desde 2022 — último ano da gestão Bolsonaro, quando o Brasil ocupava o 110º lugar — o salto acumulado chega a 47 posições, um dos maiores progressos recentes no cenário internacional.

De acordo com a organização, a melhoria está diretamente relacionada ao ambiente político e ao restabelecimento de relações institucionais entre governo e imprensa.

A RSF afirma que o “novo governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva restabeleceu as relações normais entre a mídia e os órgãos estatais após o mandato de Jair Bolsonaro, marcado por constante hostilidade contra a imprensa”.

Em outro trecho, a entidade reforça a mesma avaliação ao mencionar que a melhora reflete a normalização das relações “em contraste com o período anterior, marcado por hostilidade permanente do governo Jair Bolsonaro contra jornalistas”.

Desafios persistem apesar da melhora

A mudança de postura institucional reduziu tensões e ampliou as condições de trabalho da imprensa, mas os desafios permanecem expressivos. A RSF destaca que a “violência estrutural contra jornalistas, a alta concentração da propriedade dos meios de comunicação e os efeitos da desinformação ainda representam grandes desafios para a liberdade de imprensa”. A ONG também observa que o peso da desinformação continua a “intoxicar o debate público”, dificultando a construção de um ambiente informativo saudável.

O relatório lembra ainda que, nos últimos dez anos, ao menos 30 jornalistas foram assassinados no Brasil, e que somente em 2022 três dessas mortes estiveram diretamente ligadas ao exercício da profissão — entre elas a do britânico Dom Phillips, morto na Amazônia enquanto investigava crimes ambientais em terras indígenas. Os dados reforçam que, embora o clima institucional tenha melhorado sob Lula, a integridade física dos profissionais segue em risco, sobretudo diante do crime organizado e de redes de violência política.

No panorama global, o documento descreve um cenário alarmante: 67 jornalistas foram mortos desde dezembro de 2024, quase 80% pelas mãos de forças armadas ou grupos ligados ao crime organizado. 

Apesar da melhora relativa do Brasil, a América Latina continua sendo uma das regiões mais perigosas do mundo para o exercício da profissão. O México, por exemplo, registra nove mortes somente em 2025, sendo o país mais letal do continente para jornalistas.

Confira o ranking completo aqui

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