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O último grupo de investigados pela trama golpista continuará a ser julgado nesta terça-feira (16) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse grupo, composto pelo núcleo 2, reúne ex-assessores presidenciais, policiais e militares acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrarem uma estrutura paralela de articulação e apoio ao plano golpista.
A sessão, marcada para às 9h, teve início com o voto do relator, o ministro Alexandre de Moraes, que será seguido dos demais integrantes da Turma. Em caso de condenação, se iniciará a dosimetria, fase em que é feito o cálculo da pena imposta individualmente a cada condenado.
Os seis réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada,?deterioração do patrimônio tombado e?dano qualificado por violência e?grave ameaça contra o patrimônio da União.??
Na semana anterior, o julgamento foi palco do chilique da defesa do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins. O advogado Jeffrey Chiquini chegou a ser repreendido pelo presidente da Turma, Flávio Dino, que chegou a chamar o aparato policial.
Na ocasião, Chiquini compartilhou que a tentativa de golpe teria sido articulada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e não pelo ex-presidente, que cumpre pena de 27 anos e 9 meses de prisão.
Depois, Chiquini pediu a palavra para elaborar três questionamentos, na tentativa de anular o julgamento. Um dos questionamentos é citado desde as audiências e diz respeito a dois slides, já indeferidos, que o advogado queria usar para sustentar a tese da defesa. Ele passou a gritar fora do microfone, e foi contido por Flávio Dino.
“Questão de ordem está indeferida, doutor. Doutor, por favor. Doutor, por favor, retorne ao seu lugar, por favor. Vossa Excelência vai ter o seu tempo para formular as suas teses de defesa. Eu dei ordem para o policial. Doutor, por favor, retorne ao seu lugar. Muito obrigado”, afirmou Dino.
Acompanhe a sessão
Quem são os réus
O núcleo 2 é composto por seis acusados considerados peças-chave nos bastidores da tentativa de ruptura institucional. Todos eles são acusados dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo à vítima, deterioração de patrimônio tombado e concurso material.
Saiba quem são os réus
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF no governo Bolsonaro, acusado de coordenar forças policiais no segundo turno das eleições de 2022;
- Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF, acusado de coordenar forças policiais no segundo turno das eleições de 2022;
- Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, acusado de auxiliar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no projeto de estado de sítio;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor presidencial, acusado de coordenar ações de monitoramento e neutralização de autoridades;
- Marília Alencar, delegada da PF e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF, acusada de coordenar forças policiais no segundo turno das eleições de 2022;
- Mário Fernandes, general da reserva, acusado de coordenar ações de monitoramento e neutralização de autoridades e interlocução com lideranças do 8 de janeiro.
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