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sucesso na Europa, modalidade que une corrida e força ganha as academias e eventos no Brasil

by admin

Imagina correr oito quilômetros, “esquiar”, puxar e empurrar “trenós”, fazer burpees, remar, caminhar com pesos, carregar sacos de areia nas costas e arremessar bolas pesadas na parede… Dois alemães imaginaram tudo isso há quase uma década e criaram o Hyrox, a nova modalidade fitness que vem ganhando o Brasil e já é sucesso estabelecido na Europa e nos Estados Unidos. No fim de novembro, o Rio de Janeiro recebeu, pela primeira vez, a competição que contou com mais de três mil participantes — São Paulo sediou o primeiro torneio no país em dezembro de 2024 com dois mil competidores. Fortaleza está confirmada para fevereiro.

Um dos últimos países a abraçar o fenômeno fitness, o Brasil vai sediar mais três eventos no próximo ano em locais a serem anunciados: um deles ainda no primeiro semestre e dois no segundo semestre de 2026, que farão parte da temporada 2026/2027. A atual temporada se encerra com o Mundial da modalidade em junho, em Estocolmo, na Suécia.

Para se ter dimensão da modalidade mundo afora, que une cardio com exercícios de força e resistência, Londres foi palco de cinco dias de competição com mais de 40 mil atletas no início de dezembro.

— O crescimento do Hyrox no Brasil é algo que já estávamos preparados para viver. Em São Paulo tivemos uma adesão enorme. Chegar ao Rio com cerca de 3 mil atletas, representando 62 nacionalidades, eleva a atmosfera a um novo patamar. Mais atletas significa mais energia na arena, mais competição e uma experiência ainda mais intensa tanto para quem corre quanto para quem está assistindo. Superamos em vibração e entrega, tudo o que vimos em São Paulo — afirma Edward Dier, diretor da Hyrox Brasil.

À primeira vista, a sequência de exercícios e corridas nos faz imaginar apenas homens e mulheres atléticos e musculosos no auge da sua forma física. Ledo engano. O Hyrox tem divisões por idade, gênero e peso dos aparelhos (pro, mais pesados, e open, mais leves). Há provas individuais, em dupla ou revezamento, que podem ser mistos. Funciona assim: os atletas precisam completar as oito estações de exercícios, correndo apenas um quilômetro entre cada uma delas. No evento do Rio, por exemplo, 26% dos participantes tinham mais de 40 anos, sendo 4% deles acima dos 50.

— Eu percebo que o Hyrox é o esporte do futuro. Ele junta a corrida com exercício de força. Em uma hora de treino, você consegue trabalhar as duas valências mais importantes, seu cardio e sua força, e são exercícios e movimentos mais simples do que os do Crossfit. Possibilita até pessoas com mais idade a fazer. Por exemplo, na minha turma, a grande maioria tem mais de 45 anos — diz o estudante de medicina João Pedro Mendes de Oliveira, de 24 anos, que participou do evento do Rio em dupla e terminou em sétimo lugar.

Adepto da corrida de rua, o estudante já está inscrito na prova de dupla em Fortaleza. Seu primeiro contato com a modalidade foi pelo YouTube, em janeiro deste ano, por meio de vídeos de atletas brasileiros. Em julho, começou a treinar por conta própria para participar do evento do mês passado. Até então, ele não havia encontrado um lugar de treino de Hyrox.

— Estou praticando especificamente o Hyrox tem um mês na BodyTech, desde quando soube que começariam as aulas lá — conta ele, que já faz parte da comunidade da modalidade nas redes. — Vejo muitos influencers que estão focando no Hyrox e engajando a galera. Inclusive, eu comecei a produzir conteúdo no meu Instagram ppara mostra a trajetória até o Hyrox Fortaleza.

Kamila Tavares, sócia da Roar e atleta de Hyrox, participou da competição no Rio — Foto: Divulgação/Roar

Expansão da modalidade em academias e boxes

As academias, boxes de crossfit e treinadores individuais abraçaram a modalidade. Para oferecer treinos específicos e utilizar o nome Hyrox Training Club é necessário obter uma licença. O programa de afiliados no Brasil já conta com mais de 220 academias.

A Roar, em Niterói, por exemplo, estava atrás de novidades e se de deparou com o Hyrox em sites internacionais em meados de 2024. Apenas no fim do ano passado, no entanto, uma das sócias realizou o curso em São Paulo e obteve o certificado.

Hoje, Camila Tavares Garcia Correa, de 37 anos, e Karolina Sales Bezerra Silva, de 36 anos, se tornaram atletas da modalidade e divulgadoras do Hyrox no Brasil. No evento de novembro, 12 atletas representaram a Roar entre as categorias pro individual, dupla e quarteto. Na grade do box, são 11 aulas semanais e mais de 500 pessoas já passaram por lá.

— Nos apaixonamos pela modalidade por ela misturar exercícios aeróbicos com os exercícios funcionais, e, principalmente, pela ideologia de abraçar a todos os níveis e tipos de pessoas de forma igualitária — declara Camila.

Para Cacá Ferreira, gerente corporativo da Cia Atlética, que vai incorporar a modalidade nas 26 academias da rede em 2026, o grande trunfo do Hyrox é preencher lacunas na prática esportiva.

—Pega a paixão da corrida e une com exercícios de fácil execução em que é possível modular a intensidade. As pessoas gostam pelo desafio e não se frustram.

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