O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes em ônibus. Foto: Divulgação
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou nesta segunda-feira (29) o reajuste da tarifa de ônibus para R$ 5,30, representando um aumento de 6% em relação ao valor anterior. O novo preço entra em vigor no dia 6 de janeiro de 2026.
A alta, que supera a inflação acumulada de 3,9% no período, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE, reflete a pressão sobre o sistema de transporte público municipal. O último reajuste, realizado no fim de 2025, elevou a tarifa de R$ 4,40 para R$ 5, um aumento de 13,6%.
Essa medida foi adotada após um recorde nos valores pagos como subsídio às empresas de transporte público. A nova tarifa, que sobe para R$ 5,30, implica um aumento de 20,45% em comparação com o valor de 2020, quando a passagem custava R$ 4,40.
A gestão municipal informou que a proposta de aumento será encaminhada à Câmara Municipal para seguir o trâmite legal. A tarifa reajustada marca o segundo ano da gratuidade no transporte público aos domingos, que começou a valer em 17 de dezembro de 2023.
Pessoas pegando ônibus em SP. Foto: Divulgação
De acordo com a administração, essa medida aumentou a demanda de passageiros em 20%, resultando em um custo adicional de R$ 10 milhões mensais, sendo R$ 2,5 milhões a cada domingo pago às empresas de ônibus. Em 2025, o orçamento da cidade de São Paulo destinou cerca de R$ 6,5 bilhões para o subsídio das empresas de coletivos.
Além disso, o prefeito assinou um decreto no início de dezembro que destinou aproximadamente R$ 1 bilhão às operadoras do sistema após uma paralisação de motoristas e cobradores, que afetou cerca de 3,3 milhões de passageiros.
Para 2026, a previsão é de que o subsídio chegue a R$ 6,2 bilhões, representando metade dos R$ 11 bilhões reservados para a Secretaria de Mobilidade Urbana e Transportes.
A remuneração das empresas de transporte público na capital paulista, que antes era vinculada ao número de passageiros, passou a ser calculada de forma diferente desde 2019, considerando diversos parâmetros do serviço. Essa mudança visa garantir a sustentabilidade do sistema, sem depender exclusivamente do volume de passageiros transportados.
Os usuários do sistema de transporte têm até o dia 5 de janeiro para recarregar o Bilhete Único com o valor ainda não reajustado. O novo preço será debitado nas recargas feitas após a data do reajuste, mas até o fim do saldo pago em 2025, a tarifa será de R$ 5,00. O saldo com a tarifa antiga poderá ser utilizado por até 180 dias após o pagamento.
