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tarifa defasada e risco de greve

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Sistema de transporte de São Luís enfrenta colapso com tarifa defasada, custos altos e ameaça de paralisação dos rodoviários.

O sistema de transporte público de São Luís volta a enfrentar uma crise anunciada. Com tarifas congeladas desde 2019 e custos operacionais cada vez mais altos, empresas afirmam que o desequilíbrio financeiro chegou a um ponto crítico — e os rodoviários já sinalizam nova paralisação por atraso de salários e benefícios.

Veja também: Transporte público de São Luís no limite: Paulo Pires explica greves, subsídios e passe livre no Tête à Tête

Enquanto o setor semiurbano, administrado pelo Governo do Estado, realiza reajustes anuais previstos em contrato, o sistema municipal acumula dois anos sem qualquer recomposição tarifária. O resultado é um rombo crescente nas contas das empresas, queda na oferta de linhas e uma série de ações judiciais que se arrastam na Justiça.

Tarifa defasada e queda histórica no número de passageiros

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), o cenário local é semelhante ao de Fortaleza: a tarifa cobrada dos usuários está mais de R$ 3 abaixo do valor necessário para manter o sistema minimamente equilibrado.

  • Tarifa atual em São Luís: R$ 4,50
  • Tarifa técnica estimada: cerca de R$ 7,30
  • Perda de passageiros: de 10 milhões (2016) para 4,9 milhões (2024) — queda superior a 50%

A chamada “tarifa técnica” inclui custos de combustível, manutenção, mão de obra, pneus, peças, renovação de frota e demais despesas fixas. Sem esse ajuste, o sistema opera no prejuízo.

Cálculo tarifário deveria ser público e transparente

Pelo contrato de concessão, o reajuste anual deveria seguir critérios técnicos e ser apresentado de forma pública. No entanto, desde 2022 não há atualização tarifária, o que, segundo o SET, desequilibra o sistema e compromete a prestação do serviço.

Para especialistas, a falta de previsibilidade impede investimentos, reduz frota e amplia as chances de colapso operacional.

Risco real de paralisação e atraso de subsídios

Rodoviários denunciam atrasos salariais, falta de pagamento da assistência médica, tíquete-alimentação e outros direitos trabalhistas, cenário que leva a categoria a se mobilizar novamente.

Para agravar a situação, fontes do setor confirmam atrasos nos subsídios repassados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), verba que complementa os custos do sistema e deveria garantir a continuidade da operação.

Sem recursos, empresas afirmam que não têm como manter a folha de pagamento nem honrar compromissos básicos — o que empurra a cidade para mais uma paralisação que pode afetar milhares de passageiros.

Cidade pode enfrentar novo caos no transporte

Com a defasagem tarifária, a queda de passageiros e os atrasos nos repasses, São Luís vê o sistema de transporte caminhar para um colapso anunciado. Caso a situação não seja regularizada, a cidade pode viver nas próximas semanas uma crise semelhante — ou até mais grave — do que a registrada em paralisações anteriores.

A Prefeitura ainda não se manifestou sobre os atrasos ou sobre a possibilidade de reajuste emergencial.

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