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Ultraprocessados: cidade americana processa gigantes da indústria; Rita Lobo celebra decisão

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A cidade de São Francisco, na Califórnia, protocolou uma ação judicial histórica contra os principais fabricantes de alimentos ultraprocessados, acusando-os de contribuir deliberadamente para a crise de saúde pública local. O processo alega que empresas como PepsiCo, Coca-Cola e General Mills utilizam estratégias de marketing enganosas para esconder os riscos do consumo excessivo de açúcar, sódio e aditivos químicos. A prefeitura argumenta que o ônus financeiro para tratar doenças como diabetes tipo 2 e obesidade recai sobre o sistema público, enquanto as corporações lucram com produtos desenhados para serem viciantes.

A ação destaca que a indústria direciona campanhas agressivas a crianças e populações vulneráveis, criando um ambiente alimentar hostil à saúde. Entre os principais pontos jurídicos, São Francisco exige compensação financeira pelos gastos com saúde e a implementação de rótulos de advertência mais claros nas embalagens. O caso se assemelha às batalhas judiciais travadas contra a indústria do tabaco nas décadas passadas, buscando criar um precedente que force uma mudança estrutural na formulação e venda desses produtos em todo o mundo.

No Brasil, a chef e ativista Rita Lobo, uma das maiores críticas dos ultraprocessados, comentou o caso com entusiasmo em suas redes sociais. Ela reforçou que a iniciativa de São Francisco valida o que o Guia Alimentar para a População Brasileira já defende há anos: a comida de verdade deve ser a base da dieta, e os ultraprocessados não são apenas “alimentos ruins”, mas formulações industriais que adoecem a sociedade.

Rita destacou que a judicialização é um passo necessário para combater o poder econômico de empresas que priorizam o lucro em detrimento do bem-estar coletivo. A ação serve de alerta para que governos brasileiros também adotem posturas mais rígidas contra o “lobby da salsicha”.

Ela reiterou que a educação alimentar é fundamental, mas não substitui a regulação estatal e a responsabilização das empresas. Segundo a ativista, o reconhecimento jurídico de que esses produtos causam danos sistêmicos é uma vitória para o movimento que promove a soberania alimentar e o resgate das tradições culinárias, combatendo a ideia de que a má alimentação é apenas uma escolha individual e não um problema estrutural.

A batalha legal em São Francisco promete ser longa, mas já mobiliza especialistas em saúde pública global que veem no processo uma oportunidade de redefinir as políticas de consumo. Se bem-sucedida, a ação pode desencadear uma onda de processos similares em outras metrópoles, pressionando a indústria alimentícia a reformular seus catálogos de produtos. O desfecho será crucial para determinar se as cidades possuem autonomia para proteger seus cidadãos contra o marketing de produtos comprovadamente prejudiciais à longevidade humana.

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