Daniel Vorcaro, banqueiro investigado no caso do Banco Master – Divulgação
O banqueiro Daniel Vorcaro prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (30) e declarou ter sido “surpreendido” com a liquidação do Banco Master pelo Banco Central em 18 de novembro. Ele afirmou que a instituição financeira era “solvente” até a data da intervenção do órgão regulador. A oitiva ocorreu em Brasília e durou aproximadamente três horas. Com informações do Estadão.
A audiência foi conduzida pela delegada da Polícia Federal Janaína Palazzo. Ela é responsável pela investigação que resultou no pedido de prisão de Vorcaro em novembro. O depoimento foi determinado pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF.
Durante o depoimento, Vorcaro disse ter apresentado ao Banco Central, na véspera da liquidação, uma proposta de venda do Banco Master a um consórcio de investidores estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos. Segundo ele, essa negociação estava em análise quando ocorreu a decisão do BC.
Procurado, o Banco Central não se manifestou até a publicação das informações. O empresário respondeu às perguntas e negou a prática de irregularidades na gestão do Banco Master. Também declarou que o banco não registrou inadimplência nem deixou de cumprir compromissos financeiros.
Sobre a operação com o Banco de Brasília, Vorcaro disse que o BRB “não teve nenhum prejuízo” na compra de ativos do Master. Ele afirmou que houve substituição de carteiras por outros ativos do portfólio do banco, com deságio de 30%, para recomposição patrimonial da instituição do Distrito Federal.
Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, participante da acareaçao com Vorcaro. Foto: reprodução
A Polícia Federal apura suspeita de fornecimento de informações falsas ao Banco Central e a possibilidade de irregularidades na operação envolvendo carteiras de crédito consignado. As apurações tratam do negócio realizado entre o Master e o BRB e estão sob análise no inquérito supervisionado pelo STF.
Vorcaro declarou ainda ter feito aportes pessoais de R$ 6 bilhões no Banco Master durante o período de crise de liquidez. Segundo ele, os recursos foram destinados ao enfrentamento das dificuldades financeiras da instituição antes da liquidação decretada pelo Banco Central.
Após o depoimento, foi realizada acareação entre Daniel Vorcaro e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. A Polícia Federal questionou pontos considerados divergentes nos relatos apresentados por ambos. A defesa de Vorcaro afirmou que ele “deixou evidente que não houve nenhuma fraude”, mantendo a posição de que o BRB não teve prejuízo.
