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Os Sindipetros NF, RJ, LP e ES das bases offshore da Petrobrás realizaram, nesta quinta-feira (4), uma mobilização no Heliporto do Farol, em Farol de São Thomé, em Campos, no Rio de Janeiro.
O objetivo foi chamar atenção para os efeitos dos recentes desimplantes realizados pela atual gestão da empresa entre os trabalhadores de plataformas. Os sindicatos trancaram os portões do Heliporto e atrasaram os voos.
O movimento buscou alertar para o impacto direto dessa prática na organização da rotina laboral, na segurança operacional e, sobretudo, no equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos empregados.
“A gente quer fazer parar com os ataques que ocorrem hoje a esses trabalhadores e avançar nas pautas offshore. Então, o ato está sendo muito bonito, pacífico, com diversos trabalhadores, todos os sindicatos, já chegou aqui a polícia, a gente também negociou a permanência aqui e a gente espera com essa atividade que a Petrobrás tenha um olhar específico para o trabalhador offshore e volte para a mesa de negociação. Lembrando que, até agora, a empresa não apresentou a segunda contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho. Então, a gente não tem ideia nem de quando que a gente volta para a mesa de negociação da Petrobrás”, afirmou o coordenador do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
O que são desimplantes?
Desimplante é o procedimento no qual a empresa retira um trabalhador de seu embarque habitual, interrompendo o ciclo normal de trabalho a bordo.
Isso está acontecendo sem justificativa adequada, sem comunicação prévia ou sem critérios transparentes e passa a ser percebido pelos trabalhadores como uma medida arbitrária.
Na prática, o desimplante:
-altera abruptamente a escala do empregado;
-modifica o planejamento familiar e financeiro;
-impacta equipes inteiras a bordo;
-gera insegurança sobre o motivo da retirada.
Trabalhadores relatam que, em parte dos casos recentes, não houve explicação clara sobre a razão do desimplante, o que tem aumentado a sensação de instabilidade e desgaste emocional.
Por que houve mobilização?
Os sindicatos afirmam que vêm recebendo denúncias de que esses desimplantes têm acontecido de maneira excessiva e sem critérios explícitos, criando um problema coletivo.
A mobilização desta quinta-feira teve dois objetivos principais: dar visibilidade ao tema e solicitar que a empresa adote parâmetros claros e comunicados previamente aos trabalhadores.
E reforçar a importância do diálogo entre gestão e trabalhadores para evitar ruídos, insegurança e impactos desnecessários nas rotinas operacionais.
Compromisso com a negociação
Os Sindipetros informaram que seguem abertos ao diálogo e que consideram fundamental a construção conjunta de procedimentos transparentes, previsíveis e alinhados às boas práticas de gestão de pessoas no ambiente offshore.
O objetivo das entidades sindicais é que a Petrobrás revise os atuais processos de desimplante, estabeleça critérios objetivos e garanta que qualquer ocorrência seja acompanhada de explicação formal ao trabalhador, evitando interpretações equivocadas e tensionamentos desnecessários.
A categoria está em Campanha Reivindicatória em período de assembleias, com indicativo de realização de greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 15.
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