A decisão da Câmara Municipal de Grajaú de rejeitar as contas do ex-prefeito Mercial Arruda gerou forte reação nesta quarta-feira (10) e abriu uma crise no cenário político do município e do estado. A votação, que pode deixar Mercial inelegível, repercutiu imediatamente na Assembleia Legislativa, onde parlamentares saíram em defesa do ex-gestor e criticaram o atual prefeito, Gilson Guerreiro.
O debate ganhou intensidade após o discurso do deputado Ricardo Arruda, filho de Mercial. Ele acusou o prefeito de articular, junto a vereadores aliados, a rejeição das contas do ex-prefeito. Para Ricardo, Gilson teria rompido com o grupo que lhe garantiu apoio na eleição, classificando a atitude como uma traição política.
Ricardo afirmou que o pai foi responsável por construir a base que levou Gilson ao comando do município, e que a articulação para reprovar as contas teve como objetivo impedir o retorno de Mercial à disputa eleitoral. Segundo ele, o gesto foi “imperdoável”.
A fala do deputado estadual Dr. Yglésio ampliou o clima de tensão. Ao comentar o episódio na tribuna, ele chamou o prefeito de “safado” e “traidor”, alinhando-se às críticas feitas por Ricardo. Yglésio afirmou ainda acreditar que Mercial pode voltar a disputar a prefeitura, apesar do episódio envolvendo a votação.
A ruptura evidencia um racha no grupo político que dominava a dinâmica eleitoral de Grajaú. A repercussão da decisão e das declarações deverá elevar o clima de instabilidade na política local nos próximos dias.
