O Brasil obteve um amplo apoio político à iniciativa do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), a grande aposta do Brasil na cúpula de líderes e na COP30, mas, em matéria de recursos econômicos, o único país que anunciou uma contribuição foi Portugal, que injetará 1 milhão de euros. Até agora, apenas Brasil e Indonésia tinham anunciado contribuições de US$ 1 bilhão.
A declaração apresentada pelo Brasil sobre o TFFF foi respaldada por vários países, o que implica respaldo político à iniciativa, mas deixa claro que o fundo ainda está longe de alcançar seus objetivos, entre eles o de alavancar financiamento privado a partir da adesão e contribuição de países.
De acordo com o texto da declaração sobre o TFFF à qual O GLOBO teve acesso, assinaram o documento os governos da Alemanha, Antígua e Barbuda, Áustria, Armênia, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Irlanda, Japão, México, Mianmar, República Democrática do Congo, União Europeia, Países Baixos e Noruega, entre outros. No total, o documento contou com 47 adesões, inclusive do Reino Unido, que esta semana disse que não fará uma contribuição econômica ao TFFF.
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O aporte do Brasil ao TFFF é condicionado ao apoio de outros países ao fundo, que pretende arrecadar US$ 25 bilhões de nações soberanas, para alavancar outros US$ 100 bilhões de investidores do mercado privado. Essa é a meta original até 2026.
Como resultado do investimento desses recursos, o TFFF busca mobilizar cerca de US$ 4 bilhões por ano, a serem distribuídos entre países florestais que efetivamente conservem suas florestas tropicais e comunidades indígenas, que receberiam 20% deste total.
São elegíveis a receber pagamentos mais de 70 países em desenvolvimento, que abrigam cerca de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais e subtropicais úmidas. Porém, só serão contemplados países que desmatarem abaixo da média mundial e quanto menor for o desmatamento, mais receberá o país. O Banco Mundial (Bird) será o operador. A decisão foi aprovada por 24 votos contra apenas 1, dos Estados Unidos, em recente votação na diretoria do organismo.
A declaração afirma que os países que aderiram ao documento estão “movidos pela urgência de proteger as florestas tropicais, indispensáveis para a manutenção da vida no planeta”. Também, que reconhecem “que as florestas tropicais são fundamentais para alcançar o desenvolvimento sustentável e erradicar a pobreza e a fome, sendo centrais para a segurança alimentar e hídrica, para o emprego e os meios de subsistência, e para a prosperidade de nossas economias”.
